Em 2013, o Governo Brasileiro arrecadou mais de 1 Trilhão de Reais em impostos.

Enquanto esta matéria está sendo escrita, o total arrecadado em 2014 já é suficiente para a construção de mais de 3 mil salas de aula equipadas (Fonte: http://www.impostometro.com.br/).
O artigo 205 da Constituição Federal afirma: ““A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”

A razão deste artigo, assim como os demais que compõem nossa Constituição, buscam zelar pelo cumprimento dos direitos sociais dos cidadãos, com fins à garantia da igualdade entre todos.
Mas onde pode ser vista essa igualdade sendo garantida, no cenário brasileiro?

Nosso País possui um dos maiores volumes de estudantes do mundo, porém faz parte da lista das 10 nações com o maior número de analfabetos (totais, funcionais e digitais). Devemos isso não somente ao salário dos professores (que obviamente precisaria ter um piso honrável à classe, para que possam, além de investir com qualidade na própria formação continuada, sentirem-se motivados profissionalmente); devemos também ao fato de que somente 3% do Financiamento da União é destinado à Educação, e aos míseros 5% do PIB brasileiro ser destinado ao setor (Fonte: http://www12.senado.gov.br/.../investimentos-em-educacao...).

Ou seja, de nada adianta vislumbrar um futuro bom para a Educação brasileira, para nossos cidadãos e nosso País como um todo, se no presente momento não se investe fortemente na formação dos sujeitos. Pelo contrário, dado o contexto citado acima, tudo quanto se pode prever é a manutenção da miséria existencial, e, por sua vez, da corrupção política. Povo miserável intelectual e financeiramente mantém a situação de opressão na qual se encontra, e não há mudança, não há efetivamente progresso, como nos diz Paulo Freire: “Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda”.

As disparidades na qualidade do ensino de nossas crianças é gritante, tanto em termos de ensino público ou privado, quanto de acordo com a região do Brasil (fonte: http://www.todospelaeducacao.org.br/.../prova-abc-traz.../). Nessas condições, há uma tendência de reforço na situação de desigualdade social entre sujeitos e entre Estados do País, uma forte tensão na direção do aumento da pobreza nos grandes centros, em função da falta de oportunidades no mercado de trabalho nas regiões mais abandonadas, e, consequentemente, a ampliação das portas para que nossas crianças, ao invés de passarem sua infância na escola (com qualidade, inclusive), tornem-se errantes pelas ruas, recorrendo à mendicância, sendo muitas vezes exploradas por viciados ou à mercê de toda sorte de crimes, por falta de perspectiva de vida (mais a respeito disso pode ser visto aqui: http://prof-pat.blogspot.com.br/.../nao-de-dinheiro-no...).

Enquanto não nos tornarmos críticos a respeito do destino de nossos impostos, mais se ampliam a miséria, a desigualdade social e a corrupção.

Quem não é formado para assumir a posição de protagonista perante o mundo, com a devida capacitação para o alcance de uma qualidade de vida digna, não tem voz democrática, não questiona, não reivindica, mas indiretamente permite que na administração do País permaneçam aqueles que desviam verbas para seu próprio luxo, como é o caso do que se vê na situação da Educação brasileira e seus parcos investimentos.

Corrupção constrói miséria, e a miséria mantém a corrupção.


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